segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Gerenciamento de riscos e as vantagens da engenharia

Obras de longo prazo, contratempos, coberturas e atenção nas cláusulas da apólice são essenciais para evitar a interrupção da obra.

Em se tratando de grandes obras, sejam elas públicas ou privadas, os riscos existem em todo o decorrer do processo, desde o início até o fim do projeto. Para Masakazu Koshimoto, gerente geral da Divisão de Riscos de Engenharia da Tokio Marine & Nichido Fire Insurance, a preocupação deve recair a contratempos que podem acontecer durante o percurso.

Atraso na obra ou alteração de preços, como de insumos e equipamentos, são riscos que devem ser previstos. “Tomando como exemplo acidentes que atrasam a conclusão da obra, os custos que impactam poder ser irrecuperáveis no fluxo de caixa. A cobertura ALOP (Riscos de Engenharia e Advanced Loss of Profit), geralmente parte do seguro, cobre a perda de lucro esperado. Já em relação a valores alocados, existem cláusulas no seguro com a previsão de reajustes”, afirmou.

Como exemplo de como essas perdas podem impactar, ele citou o acidente no metrô de Xangai (China), ocorrido no ano de 2013. “A obra não tinha a cobertura ALOP, a perda foi de 60 milhões de euros e houve um atraso de mais de quatro anos na conclusão do projeto.”

Ele também comentou que além da cobertura de danos durante a obra cobrir despesas para a sua retomada, nem sempre é o que acontece. “Há casos em que a obra é descontinuada. Em Londres, por exemplo, está previsto o pagamento da indenização mesmo quando não há continuidade, com a alegação de que ela não seria lucrativa. Existe esta cláusula, mas ela nunca foi acionada”, informou.

Outro ponto de cautela, destacou Koshimoto, é as seguradoras e os gerentes de riscos saberem quem é a tomadora e quem assume a obra. “Pois no caso de qualquer violação por uma das partes, a seguradora pode recusar o pagamento da indenização e, caso seja revindicado pela instituição financeira, a indenização pode ser paga e depois cobrada, já que ela garante as perdas para a instituição financeira”, explicou.

Koshimoto também destacou que até 1990 não havia operação que fosse unicamente privada. “O seguro cabia ao tomador da obra, o governo, e raramente as empresas conseguiam recursos suficientes junto às instituições financeiras, o que deu origem ao financiamento de projeto.”

Assim, cria-se um programa exclusivo para buscar seguros entre os envolvidos. “Além disso, hoje existem seguros cobrindo poluição ambiental, riscos cibernéticos, dano intelectual, entre outros. Porém, nem todo o mercado está maduro nessas coberturas”, concluiu.

Fonte: Por Karin Fuchs | Revista Apólice

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